2018/07/30

SINAIS DE MUDANÇA

A ditadura que assombrou Portugal, durante décadas, começou o seu declínio em Agosto de 1968. O Presidente do Conselho foi derrubado por uma simples e barata cadeira de lona enquanto gozava férias. A queda provocou um hematoma cerebral que limitou a sua capacidade de raciocínio. O fim da ditadura graças a artigos de pouca qualidade. Em 2014, na Guarda, o Presidente da República sentiu-se mal enquanto discursava nas cerimónias do Dia de Portugal, marcado pelos protestos. Foi levado em braços, deitado no chão e recebeu assistência de bombeiros, médicos do INEM e sua equipa médica pessoal. O Major-General-Médico declarou que foi uma “reacção vagal” (princípio de desmaio) da qual recuperou rapidamente, nunca tendo perdido a consciência e sempre com intenção de concluir o discurso... 

 

Durante a assistência médica, os manifestantes continuaram a gritar as palavras de ordem: «Governo para a rua!». Posteriormente, a cerimónia foi retomada com um pedido a todos que a perturbavam: respeito por Portugal e pelas Forças Armadas. Ouviram-se aplausos mas, mesmo assim, os manifestantes não se calaram. Para restabelecer a ordem pública, elementos da PSP, aproximaram-se dos desordeiros. Acompanhados por lindos cãezinhos com uma vontade expressa de causar estragos com os seus dentinhos. Fica um pensamento: tal como aconteceu há 46 anos, será este novo abalo presidencial um sinal de mudança de rumo e novo governo?!


 in "As Crónicas Tugas, tem de ser" (Chiado Editora, 2016)

2018/07/27

UM GRANDE CALOTEIRO

Não faço ideia quem inventou os impostos mas gostava de lhe dar umas palavrinhas! Por terras Tugas, desde que a crise chegou, tudo serve para nos esvaziar a carteira! Em nome da dívida contraída. (Apesar de não me lembrar onde gastei tantos milhões). Em Paços de Ferreira, Augusto Gonçalves sente um misto de espanto e revolta. Ciente das suas obrigações fiscais – e matrimoniais – deslocou-se às Finanças de Lousada para efectuar o pagamento do IUC (imposto único de circulação). O funcionário, depois de consultar o sistema informático, informou da existência de uma penhora efectuada ao vencimento da esposa, referente a uma dívida de juros no montante de cinco cêntimos! Não, não é engano...


E foi ainda informado que, caso pretenda, pode equacionar propor o pagamento em prestações. A infalível máquina fiscal actuou sem misericórdia! Porque se exige justiça para com os contribuintes. É fundamental aplicar sanções fortes para os incumpridores e prevaricadores! É por causa destes caloteiros que o país está em crise! Que descaramento! Cinco cêntimos! Permitam-me que apresente as minhas desculpas. Caramba, às vezes nem eu próprio consigo explicar os disparates que escrevo.


 in "As Crónicas Tugas, tem de ser" (Chiado Editora, 2016)