2018/08/30

O GAJO ADORMECEU!

As grandes superfícies comerciais apostam em eventos, de carácter familiar, para atrair mais consumidores para os seus edifícios. O grande número de lojas e praças de alimentação sobrelotadas são insuficientes para justificar visitas regulares. As datas festivas são ocasiões fantásticas para aproveitar este espírito consumista. E de que maneira! O Natal é o exponente máximo das festividades públicas. De tal maneira importante, pois, em pleno mês de Outubro já se encontra uma série de lojas com decoração alusiva. Tudo isto a pensar na carteira dos Tugas que, em Dezembro, anda um bocadinho mais bem composta. A estreia dos filmes de animação, o comboio turístico, a loja dos doces, o espectáculo no gelo (não interessa qual, desde que tenha gelo) e, principalmente, a chegada do Pai Natal. Que momento épico...

Tudo é pensado ao pormenor para que seja bem rentabilizado. O sacana do velho barbudo chega à hora de almoço e – como está cansado da viagem – ausenta-se para regressar, às três da tarde, para as fotografias. Os miúdos que (ainda) sentem a magia natalícia desconhecem a estratégia consumista que, também, os inclui. Contudo, há situações que não se podem prever ou controlar. Em 2014, a petizada esperou num espaço apinhado. Ao fundo um trenó vazio. Duendes a dançar numa mistura psicadélica de fumo branco e música. O elenco da pista de gelo a socializar e posar para as fotografias. Todos gritam pelo Pai Natal. Ele não aparece! Os relógios indicam 45 minutos para além da hora prevista. Falta a personagem mais aguardada! Onde se meteu o Pai Natal?! Neste caso, o actor que lhe dá a vida? O tempo não pára e ninguém consegue disfarçar ou negar rumores de uma triste realidade: o gajo adormeceu.

Sem comentários:

Enviar um comentário