2018/01/31

A ARTE DO DESENRASQUE

Circula uma teoria económica popular que critica o desperdício de verbas por falta de sensibilidade dos gestores públicos. Defende que a contabilidade deve ser idêntica à análise financeira das nossas casas. Ter noção das receitas e, principalmente, das contas a pagar. Mesmo com a firme convicção que as autarquias estão a fazer um esforço para evitar grandes gastos. E, neste ponto, a arte do desenrasque é fundamental. Matosinhos foi (novamente) referenciada nas redes sociais e comunicação social. Num constante esforço de modernização citadina, pela autarquia, para melhor receber os turistas, foram criados corredores de circulação para as bicicletas. Meio de transporte bastante apreciado e que não polui. Bravo, senhores do respectivo pelouro! Resolveram aproveitar as estradas existentes...

Numa das principais artérias da cidade começaram por delinear, no pavimento negro, rectângulos brancos, para o estacionamento ordenado de viaturas. Gratuito até indicação contrária. No dia seguinte, o espanto tomou de assalto os Matosinhenses. Pelo raiar da manhã, tornou-se visível que a máquina de pintar linhas queria mais do que o alcatrão. Atacou os passeios sem dó nem piedade! Num acto ruinoso – revelador de graves falhas matemáticas – os respectivos técnicos começaram a traçar uma linha longitudinal no passeio destinado aos peões. 80%, destinado aos ciclistas e restante percentagem para os transeuntes. Apesar de estar no plural, convém referir que apenas passava uma pessoa de cada vez. Carrinhos de bebé? Pela faixa dos ciclistas ou pela estrada. Simples! Tem rodas! O erro foi reparado e a faixa separadora removida, naquele que é o mais recente, triste e evitável episódio da cronologia desta cidade.

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