2018/01/04

PREPARADOS PARA A DESGRAÇA

Quero pensar que este trabalho vai ter, talvez, algum valor histórico. Um registo fidedigno das nossas atitudes e comportamentos perante as adversidades. Tal como Luís de Camões, quando à boleia de uma caravela, se furtou aos trabalhos náuticos em nome do livro que estava a escrever! Em finais de 2014, os Tugas ficaram a conhecer o vírus Ébola. De facto, algo bastante preocupante pelo seu grau de contágio e mortalidade. É algo sério e, certamente, não vou ironizar com esta tragédia. Quero deixar bem claro que os esforços desenvolvidos, por estas bandas, para enfrentar esta situação epidemiológica, deixaram-me extremamente orgulhoso! (Agora sim, estou a ironizar!). Surgiu em Espanha o primeiro caso europeu confirmado. Aumentou o nosso nível de insegurança...

A pergunta repetia-se, de boca em boca, estarão os hospitais preparados para lidar com o vírus?! E as instituições?! A resposta veio pelo director-geral da Saúde, Francisco George, que aos canais de televisão mostrou, para nossa tranquilidade, o “uniforme oficial” das equipas médicas preparadas para enfrentar o vírus. Ao contrário dos fatos de protecção vistos noutros países, foi mostrada uma panóplia de retalhos. Um hospital cedeu a enfermeira para servir de modelo fotográfico. Um pintor de automóveis emprestou o fato de protecção com máscara facial incluída. Um agente da polícia de intervenção emprestou a viseira. Estamos prontos para a desgraça! Perante a Comissão de Saúde, na Assembleia da República, criticou todos os que afirmaram que o país não estava preparado, sendo o controlo da contaminação o maior desafio. Realmente, com tudo isto, não há motivos de preocupação.

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