2018/01/26

UM COMPLETO DESNORTE

Ricardo Salgado, ex-presidente executivo do Banco Espírito Santo, teve um império financeiro sob a sua alçada. Foi considerado o banqueiro há mais tempo no activo em Terras Tugas. Uma referência nacional e exemplo a seguir. Em 2014, graças a um processo de investigação, foi detido em sua casa por alegado envolvimento na maior rede de branqueamento de capitais alguma vez detectada por estes lados. A investigação está longe de estar concluída. E o juiz responsável decidiu que o acusado vai aguardar o desenrolar das investigações em prisão domiciliária, sem pulseira electrónica. Poderá sair excepcionalmente da habitação, com autorização do juiz. Recebeu também, como medida de coacção, a proibição de contactar os restantes arguidos no processo. O documento foi redigido e entregue às autoridades para que fizessem cumprir a vontade suprema do juiz...

O modo de garantir a vigilância e cumprimento das ordens judiciais ficaram a cargo da PSP de Cascais que admitiu dificuldades em assegurar este serviço. Problemas! A vigilância foi alterada porque durante dois dias um dos agentes esteve na porta errada. Revisto o dispositivo de segurança continuaram a ser necessários oito agentes policiais por dia. Pudera, o casarão é enorme! No terreno, alguns agentes anotaram a hora e as matriculas das viaturas que entravam nas instalações. Por vezes verificavam os seus interiores ou então, o número total de visitantes. A lista dos incontactáveis não chegou. Os agentes não souberam a identidade das pessoas com quem o ex-banqueiro não podia contactar. Um completo desnorte policial! Ordens judiciais imprecisas acabaram por afectar a reputação das forças de autoridade. Algo que, sinceramente deveria ter sido evitado num caso com tamanho mediatismo. 

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