2022/02/02

SENTIDO, DIRECTION

É conhecido o fascínio das crianças pelos veículos amarelos que se deslocam sobre carris e atravessam a malha urbana da área metropolitana do Porto. Confesso que não imaginava que tivesse o mesmo efeito nos adultos com aspirações governamentais! Existe, de facto, uma enorme atracção política pelo Metro do Porto. No passado foram conquistadas vitórias eleitorais com este transporte público. É pouco relevante se as promessas foram cumpridas. Serviu os propósitos: eleger alguém durante quatro anos. Depois, logo se vê! Assim vai a honestidade politiqueira Tuga! O governo anunciou com pompa e circunstância – numa cerimónia que não olhou a despesas – a expansão da rede em cerca de seis quilómetros. Esperavam mais?! Vá lá, não sejam ingratos! Apesar da campanha eleitoral (para as autárquicas) não ter começado, os candidatos – que já se deram a conhecer – desdobram-se em acções de manifesto e indignação pela exclusão. Matosinhos é um dos concelhos que mais barulho tem feito. Não faltam sugestões de locais! E é neste ponto, caros leitores, que fico um pouco confuso com a atitude e vontade das pessoas e pelas intenções dos que vão participar nas eleições! Mas então, já gostam do Metro?!

Onde estão as vozes dos que queriam a Rua Brito Capelo devolvida aos peões? Onde estão as vozes dos que criticam o traçado, velocidade e respectivo acumular do trânsito automóvel? Onde estão as vozes dos que se queixam da falta de manutenção e viagens suprimidas? Onde estão as vozes dos que reclamam da insegurança e vandalismo? Calaram-se? Assisti à degradação social e económica de Matosinhos (minha terra Natal) nos últimos dez anos. A famigerada crise, que fez acentuar as dificuldades económicas, obrigou a empresa a reduzir despesas de operação e fiscalização. A mesma crise que criou uma nova classe social que cria putos ranhosos para viver de subsídios e insiste em andar de graça. A tão desejada mobilidade, aliada à falta de educação e escrúpulos, tem vindo a mudar o panorama desta cidade (e acreditem, eu percebo alguma coisa de transportar “mitras”). O desaparecimento misterioso das forças de autoridade também não ajuda. Em pleno reinado anárquico tudo é permitido! As peripécias sucedem-se. Não há lojas de referência nas principais artérias comerciais. O estacionamento é caótico. E tanto mais há por dizer e, acima de tudo, resolver. Porém, nesta altura do campeonato, os que competem, querem discutir o que não merece discussão...
 

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