2022/01/27

O NOVO COMUNISMO

A tecnologia e inovação fartam-se de criar bugigangas e maquinetas para melhorar a nossa qualidade de vida, conforto e segurança. A indústria automóvel é o grande exemplo deste esforço. Longe vão os tempos em que um carro era construído à mão durante uma semana e de forma anárquica. No entanto, ao consultar a história é possível verificar que não foi assim há tanto tempo! E, ao contrário do século passado – em que nas nossas estradas passava um carro a cada três horas – actualmente arrisco dizer que há mais carros que pessoas! As próprias empresas de crédito permitem acesso fácil ao endividamento. Mesmo que a duração do empréstimo seja maior que a duração do carro! Este consumismo desenfreado afecta a economia nacional e há forças políticas que reprovam tamanho desperdício de dinheiro: os comunistas! O mundo está em constante mudança e já ninguém acredita no mito que envolvia os comunistas e as criancinhas ao pequeno-almoço. Perderam a força de outrora e vão resistindo apenas em alguns países mais teimosos. Por cá conseguiram integrar o governo por via de um acordo entre partidos que conseguiu subverter o sentido de voto dos Tugas. Afinal, quem ganhou as eleições ficou de fora!

Este acordo – a geringonça – verificou-se, de igual modo, em algumas câmaras municipais. Em nome da estabilidade democrática, membros do partido comunista aceitaram abdicar dos seus princípios e estatutos para servir de muleta governativa e, desta forma, conseguir emprego durante quatro anos. Que fique claro: nada me move contra os apoiantes desta ideologia política! Os ideais adaptam-se às novas necessidades. Já é possível encontrar Coca-Cola e McDonald’s na Rússia! Os Chineses, que tanto defendem as suas marcas nacionais, começam a comprar viaturas germânicas quando chegam à Europa. E, como tal, não me admira que alguns deputados, vereadores e outros eleitos pelo partido comunista – que educa os seus membros e orienta a sua actividade no espírito da fidelidade à causa da classe operária, dos trabalhadores e do povo português e à defesa dos interesses nacionais – se sintam na necessidade de adquirir (pago pelos nossos impostos) viaturas topo de gama de valor superior a 65.000,00 euros. Avante, camaradas! Porque, certamente, ninguém está à espera de um acto revolucionário para ter o prazer de conduzir a tecnologia patente num “Lada”, “Zastava Koral” ou “Moskvitch 412”. É preciso não esmorecer e continuar a lutar contra a exploração e opressão capitalista! Mas, com as devidas condições.
 

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